Inclusão Digital
O termo “inclusão digital”, de tão usado, já se tornou um jargão. É comum ver empresas e governos falando em democratização do acesso e inclusão digital sem critérios e sem prestar atenção se a tal inclusão promove os efeitos desejados.
O problema é que virou moda falar do assunto, ainda mais no
Brasil, com tantas dificuldades – impostos, burocracia, educação – para
facilitar o acesso aos computadores.
É que inclusão digital significa, antes de tudo, melhorar as
condições de vida de uma determinada região ou comunidade com ajuda da
tecnologia. A expressão nasceu do termo “digital divide”, que em inglês
significa algo como “divisória digital”. Hoje, a depender do contexto, é
comum ler expressões similares como democratização da informação,
universalização da tecnologia e outras variantes parecidas e
politicamente corretas.
Em termos concretos, incluir digitalmente não é apenas “alfabetizar” a pessoa em informática, mas também melhorar os quadros sociais a partir do manuseio dos computadores.
Como fazer isso? Não apenas ensinando o bê–á–bá do
informatiquês, mas mostrando como ela pode ganhar dinheiro e melhorar
de vida com ajuda daquele monstrengo de bits e bytes que de vez em
quando trava.
O erro de interpretação é comum, porque muita gente acha que
incluir digitalmente é colocar computadores na frente das pessoas e
apenas ensiná–las a usar Windows e pacotes de escritório. A analogia
errônea tende a irritar os especialistas e ajuda a propagar cenários
surreais da chamada inclusão digital, como é o caso de comunidades ou
escolas que recebem computadores novinhos em folha, mas que nunca são
utilizados porque não há telefone para conectar à internet ou porque
faltam professores qualificados para repassar o conhecimento
necessário.
Desde a década de 90, acadêmicos e especialistas em tecnologia
da informação (TI) deram início a uma série de debates sobre um quadro
preocupante e que pouco mudou: os países subdesenvolvidos e em
desenvolvimento, sobretudo os mais pobres, estão perdendo o bonde da
informação. Sem os meios necessários (computadores e laboratórios) e
recursos apropriados (internet rápida, telecomunicações), esses países
deixam para trás um amplo leque de opções para aquecer a economia e
melhorar os baixos índices sociais.
Somente colocar um computador na mão das pessoas ou vendê–lo a
um preço menor não é, definitivamente, inclusão digital. É preciso
ensiná–las a utilizá–lo em benefício próprio e coletivo. Induzir a
inclusão social a partir da digital ainda é um cenário pouco estudado
no Brasil, mas tem à frente os bons resultados obtidos pelo CDI no
País, cujas ações são reconhecidas e elogiadas mundialmente. Inclusive,
por vários estudiosos consultados pela reportagem, que costumam
classificar as ações do Comitê como exemplo em palestras mundo afora.
Locais de inclusão digital:
Ponto de Inclusão Digital (PID)
Local dotado de computadores para acesso gratuito ou pago e
conectados, ou não, à Internet. Proporcionam o desenvolvimento de
habilidades cognitivas por meio do acesso às TICs, criação de conteúdos,
entretenimento e comunicação com outras pessoas.
Telecentro:
Local público onde pessoas podem acessar computadores, Internet e
outras tecnologias que auxiliam no acesso à informação e comunicação
com outros e, ao mesmo tempo, desenvolve habilidades digitais.
Laboratório de informática:
Local dotado de dois ou mais computadores para uso pedagógico e
promoção das TICs nos currículos escolares, auxiliando no processo de
construção do conhecimento de alunos das escolas e/ou comunidade.
Centro Comunitário Multimídia
Utilizado para caracterizar o projeto de inclusão digital da
UNESCO. Fornecem uma base variada de serviços em informação e
informática utilizando várias mídias para fins de desenvolvimento,
baseadas nos conceitos de biblioteca comunitária e centro comunitário de
aprendizagem.